Pesquisadores da Southern Illinois University Carbondale (SIU) estão embarcando em um estudo que visa aprimorar as técnicas de cultivo do robalo largemouth, uma espécie conhecida por seu comportamento predatório, incluindo o canibalismo. Com um subsídio de US$ 324.000 do Departamento de Agricultura dos EUA, o projeto de dois anos busca aprimorar os métodos de aquicultura intensiva para aumentar a produtividade e a previsibilidade da criação de largemouth bass.
A pesquisa é um esforço colaborativo que envolve a SIU, a Purdue University e a Big House Fish Farm, um parceiro do setor local. A conclusão do estudo está prevista para o outono de 2024.
Um mercado em crescimento
Tradicionalmente cultivado para a pesca recreativa, o largemouth bass está se tornando um peixe alimentício cada vez mais valioso, gerando aproximadamente US$ 3 milhões por ano para os piscicultores do sul de Illinois, com potencial de crescimento adicional.
"O robalo é um predador de topo e não tem tendência natural a se desenvolver em ambientes de alta densidade", explicou Jim Garvey, diretor do Centro de Pesca, Aquicultura e Ciências Aquáticas da SIU. "Em seu habitat natural, esses peixes consomem presas vivas, muitas vezes incluindo sua própria espécie. É comum que um lago cheio de pequenos robalos acabe com apenas alguns grandes sobreviventes que canibalizaram seus irmãos."
O estudo se concentra na identificação de maneiras de reduzir o canibalismo entre os robalos largemouth e, ao mesmo tempo, promover o consumo de rações formuladas.
Pesquisa em ação
A equipe de pesquisa da SIU, liderada por Garvey e pelo professor assistente de engenharia ambiental Habibollah Fakhraei, inclui os pesquisadores Hannah Holmquist, Asyeh Sohrabifar, o estudante de pós-doutorado Giovanni Molinari e o estudante de doutorado Alexander "Koaw" Zaczek. O projeto está sendo conduzido em nove lagoas localizadas perto do Centro de Educação Ambiental Touch of Nature da SIU
A equipe está monitorando como diferentes métodos de manutenção afetam a sobrevivência e o crescimento de aproximadamente 11.000 robalos. Eles estão particularmente interessados nos ciclos de nitrogênio dentro de cada recinto, que desempenham um papel crucial no processamento dos resíduos gerados pelos peixes. São coletadas amostras diárias e semanais para avaliar os níveis de nutrientes e outros fatores ambientais.
"Estamos investigando se a amônia produzida pelos resíduos dos peixes é processada de forma mais eficaz nos tanques divididos, o que poderia ser mais favorável à saúde dos peixes em comparação com os tanques de controle", disse Zaczek.
Combate ao canibalismo
Um dos principais desafios do estudo é incentivar uma alimentação mais uniforme entre os robalos para reduzir a probabilidade de canibalismo. Zaczek observou que, em lagos maiores, pode ser difícil garantir que todos os peixes comecem a se alimentar cedo, o que geralmente resulta no crescimento de alguns peixes maiores e na predação de seus pares menores.
"A esperança é que, ao confinar os peixes em espaços menores com densidades mais altas, eles terão maior probabilidade de se alimentar de forma consistente e crescer a taxas semelhantes", explicou Zaczek. "Se os peixes forem de tamanho semelhante, é menos provável que se virem uns contra os outros."
Implicações para o setor
Se os métodos de tanque lateral ou tanque dividido se mostrarem mais eficazes, eles poderão levar a taxas de sobrevivência mais altas e tamanhos de peixes mais consistentes, melhorando assim a comercialização.
Essa pesquisa também poderia inspirar outros piscicultores a adotar esses métodos para diferentes espécies, como o bagre, ampliando potencialmente o impacto do estudo no setor de aquicultura.
"Os compradores preferem peixes de tamanho uniforme, e os produtores se beneficiam do fato de poderem fornecer produtos mais consistentes", disse Zaczek. "Como em qualquer setor, a eficiência é fundamental na aquicultura."