Antecedentes e importância
A nutrição de qualidade é de importância fundamental durante os primeiros 1.000 dias de vida, ou seja, desde a concepção até o segundo aniversário da criança. Durante esse período, ocorre um desenvolvimento neurocognitivo e físico significativo que molda a saúde futura da criança. Micronutrientes como ferro, zinco, cálcio, magnésio e vitamina D são vitais para apoiar esse desenvolvimento na primeira infância e minimizar os riscos à saúde em longo prazo. Consequentemente, a demanda por micronutrientes é maior para os pais e responsáveis que apoiam os primeiros 1.000 dias de vida de uma criança.
A deficiência grave de micronutrientes é rara no Reino Unido, mas as deficiências leves ainda podem ter efeitos adversos na saúde das mães e dos bebês. Há também uma correlação positiva entre a falta de ingestão de micronutrientes e um baixo nível socioeconômico. Portanto, identificar e incentivar o consumo de alimentos acessíveis e ricos em micronutrientes é fundamental para garantir um desenvolvimento precoce saudável.
Reconhecer e informar o público sobre alimentos sustentáveis e ricos em micronutrientes é importante para incentivar hábitos alimentares saudáveis e proteger o futuro. No Reino Unido, as mulheres grávidas atualmente recebem suplementos de ácido fólico e vitamina D e as crianças entre 6 meses e 5 anos são aconselhadas a tomar suplementos de vitaminas A, C e D. Isso demonstra como o Reino Unido está atualmente abaixo do ideal para apoiar o crescimento nesses períodos.
Além disso, os micronutrientes são mais benéficos para os seres humanos quando consumidos nos alimentos, em vez de em uma pílula suplementar. Isso se deve aos benefícios para a saúde relacionados ao consumo de alimentos, como o deslocamento de alternativas alimentares menos saudáveis, o aumento da ingestão de proteínas e o aumento coletivo de uma variedade de micronutrientes.
Os micronutrientes são mais benéficos para os seres humanos quando consumidos em alimentos do que em pílulas suplementares
Os frutos do mar podem conter concentrações elevadas de micronutrientes em comparação com outras fontes de proteína. Os moluscos bivalves são particularmente ricos em micronutrientes, contendo até 23 vezes a quantidade de vitamina A do que a carne bovina, suína ou de frango. A pegada ambiental da produção de peixes e mariscos também pode ser menor do que a de outros sistemas de produção animal. Apesar disso, em 2019, a National Diet and Nutrition Survey (NDNS) identificou que o consumo médio de peixes gordurosos era de 56 g em adultos com idade entre 19 e 64 anos. O NHS recomenda cerca de 140 g de peixes oleosos por semana. Destacar o potencial dos frutos do mar como uma fonte de nutrição sustentável e de qualidade pode ser importante para aumentar seu consumo. A pesquisa para melhorar a compreensão do papel dos peixes e frutos do mar nos primeiros 1.000 dias de vida pode ser um passo importante para melhorar a saúde pública.
Dados e métodos
Minha pesquisa é composta por dois capítulos principais. O primeiro diz respeito à contribuição atual dos peixes e frutos do mar para a nutrição nos primeiros 1.000 dias de vida. O segundo tem como objetivo identificar as principais barreiras para melhorar o consumo de peixes e frutos do mar nos primeiros 1.000 dias de vida e os possíveis mecanismos para resolvê-las.
O capítulo um utiliza o banco de dados da National Diet and Nutrition Survey (NDNS), que consiste em respostas de pesquisas sobre informações quantitativas do consumo de alimentos, ingestão de nutrientes e estado nutricional da população geral do Reino Unido. A pesquisa coleta anualmente amostras de aproximadamente 1.000 pessoas com mais de 18 meses de idade. Os dados da pesquisa estão disponíveis de 2008 a 2021. A análise contínua revelará o efeito que a renda familiar, a idade e a localização geográfica têm sobre o consumo de peixes e frutos do mar por mulheres em idade fértil no Reino Unido. Isso também permitirá a identificação de produtos populares para explorar quais espécies podem ser mais eficazes para incentivar um melhor consumo durante os primeiros 1.000 dias de vida.
O capítulo dois está centrado em um questionário que pede às gestantes e aos pais/responsáveis por crianças menores de 2 anos que descrevam sua dieta, identifiquem barreiras para melhorar a nutrição e compartilhem suas ideias sobre possíveis soluções para essas barreiras. Essas informações estão sendo combinadas com a análise de outras fontes de dados para revelar se as barreiras relatadas são barreiras comprovadas.
Por exemplo, a questão do custo é frequentemente relatada como uma barreira para melhorar o consumo de peixes e frutos do mar. Isso está sendo investigado por meio da coleta de dados na Internet sobre o custo atual de produtos à base de peixe e frutos do mar nos supermercados do Reino Unido e da exploração da comparação do preço de produtos à base de peixe e frutos do mar com outras fontes de proteína. Isso pode ser combinado com informações do NDNS para mostrar o custo de diferentes micronutrientes essenciais, como o ácido fólico, entre as fontes de proteína no Reino Unido.
Resultados prospectivos
Ainda não sei o que a análise dos dados revelará, mas uma investigação preliminar revela que as mulheres em idade fértil no Reino Unido não consomem a quantidade recomendada de peixe. O consumo total médio de peixe é de apenas 40% da quantidade recomendada pelo NHS em mulheres de 20 a 39 anos. A pesquisa atual sugere que a divulgação dos benefícios do consumo de peixes e frutos do mar saudáveis e sustentáveis pode desempenhar um papel fundamental no incentivo ao consumo.
Estou particularmente interessado em ver os respectivos pesos dados ao custo e ao sabor como barreiras ao consumo de frutos do mar e em explorar possíveis mecanismos de resolução, pois isso exigirá criatividade e uma abordagem diferente para a educação adicional.
Se tiver alguma dúvida ou quiser entrar em contato, envie um e-mail para Megan Walker.