Com tudo em jogo, os líderes mundiais, incluindo a The Nature Conservancy (TNC), uma das maiores organizações ambientais sem fins lucrativos do mundo, se reuniram em Dubai para coordenar a ação climática global para o próximo ano na conferência da ONU sobre mudanças climáticas, COP28.
Essa reunião da COP, em particular, tem um significado adicional, pois ocorre logo após o primeiro relatório oficial da ONU sobre o progresso climático do mundo - o Global Stocktake - que expôs em detalhes a lacuna atual entre ambição e ação.
Aquicultura como solução
Robert Jones, líder global de aquicultura da TNC, disse ao The Fish Site: "Para que a resposta da humanidade às crises interconectadas do clima e da biodiversidade seja bem-sucedida, todos os setores da economia têm um papel a desempenhar. No entanto, o papel do sistema alimentar tem sido frequentemente ignorado, especialmente quando se trata de aquicultura. Com as práticas corretas, a aquicultura pode fornecer alimentos com menos recursos e emissões e, ao mesmo tempo, apoiar a restauração do ecossistema. A aquicultura não é apenas a forma de produção de alimentos que mais cresce, mas também tem o potencial de ser a mais sustentável."
À medida que os países trabalham para fortalecer e alinhar seus planos nacionais de ação climática, a The Nature Conservancy pretende estar na vanguarda das negociações para alcançar o zero líquido até 2050, ou antes.
Jennifer Morris, CEO da TNC, declarou em um relatório: "Já se passaram oito anos desde o Acordo de Paris e o primeiro boletim oficial sobre ação climática, o Global Stocktake, é claro: precisamos aumentar nossa ambição e enfatizar a ação."
A The Nature Conservancy quer ver um foco incessante na redução das emissões de gases de efeito estufa.
A ação coletiva da organização significa acelerar a adaptação para construir comunidades seguras e resilientes ao clima em todo o mundo - e não apenas nos países mais ricos - e, ao mesmo tempo, direcionar os fluxos financeiros para resultados que tragam benefícios para as pessoas e para a natureza. A The Nature Conservancy enfatiza a importância de que, quando atribuímos um valor real à natureza, todos se beneficiam.
Ações que a The Nature Conservancy deseja da COP28:
- Incorporar a natureza no Global Stocktake - não há maneira crível de obter emissões líquidas zero sem incluir a natureza como solução.
- Triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030 de forma a apoiar o clima, a conservação da natureza e as comunidades.
- Aumentar a inclusão e a equidade nos processos de política climática - grupos tradicionalmente marginalizados, como os IPLCs, administram 80% da diversidade cultural e biológica do mundo, e seu envolvimento é crucial para moldar soluções positivas para a natureza e políticas climáticas.
- Entregar grandes pacotes de investimento e compromissos relacionados à natureza, incluindo o Mangrove and Coral Reef Breakthroughs, o Freshwater Challenge e o Emirates Accord.
- Garantir que o papel da natureza esteja claro no Objetivo Global de Adaptação (GGA) - deve haver métricas claras para mostrar o papel da natureza na adaptação e como isso beneficia as pessoas e o planeta.
- Aumentar a implementação da promessa financeira, incluindo a Nova Meta Quantificada de Financiamento Climático - a promessa renovada de US$ 100 bilhões deve ir além e incluir o financiamento dos setores público e privado.
- Aumentar drasticamente o investimento privado e aproveitar os fundos públicos existentes para aumentar o financiamento climático em escala e incorporar a mudança climática ao funcionamento de nossa economia global.
- Assegurar maiores garantias para o financiamento da natureza e do clima para ajudar os países a gerenciar a dívida e financiar iniciativas da natureza e do clima para ampliar o financiamento disponível e aproveitar o poder das grandes organizações de desenvolvimento.
- Ação imediata sobre perdas e danos para garantir que as populações vulneráveis ao clima e de baixa renda possam lidar com os impactos que as afetam desproporcionalmente.
- Desenvolver de forma responsável os mercados de carbono - precisamos de créditos de carbono de alta integridade, desenvolvendo as regras do Artigo 6 sobre gerenciamento de riscos, melhorando a qualidade dos créditos baseados na natureza e garantindo relatórios transparentes.