A aquicultura fornece, em todo o mundo, aproximadamente a mesma quantidade de alimentos que a pesca de captura selvagem ou o setor de ovos, mas muitas questões importantes permanecem sem resposta sobre os impactos ambientais e sociais do setor.
Em um novo estudo recente publicado na Current Opinion in Environmental Sustainability, um consórcio internacional de especialistas em aquicultura sugere cinco áreas que podem orientar as agendas de pesquisa e a elaboração de políticas.
O professor Dave Little, do Instituto de Aquicultura de Stirling, que foi coautor da pesquisa, disse: "A boa governança é extremamente importante para garantir que a aquicultura não cause mais danos do que benefícios. No entanto, o conhecimento e as práticas atuais relacionados à governança da aquicultura carecem de um conjunto de tópicos unificadores e metas de sustentabilidade.
"Isso se deve, em parte, à rápida expansão e intensificação da aquicultura nas últimas duas décadas, superando, em parte, a capacidade da pesquisa e das políticas de se atualizarem. À medida que os ministérios estaduais de todo o mundo começam a pensar de forma mais concreta sobre as questões de governança no setor, as cinco áreas prioritárias sugeridas nessa pesquisa recente são essenciais para orientar o planejamento econômico, político e ambiental unificado.
"Esforços concertados de governança podem ajudar a levar o setor para além das questões técnicas fragmentadas associadas à intensificação e à expansão, aos impactos sociais e ambientais e a abordagens baseadas em sistemas que tratam de questões de sustentabilidade interconectadas."
A pesquisa, intitulada Governança da aquicultura: cinco arenas de engajamento para a transformação da sustentabilidade, foi escrita por um consórcio de autores, incluindo mais de 30 especialistas em aquicultura de todo o mundo.
O estudo analisa a literatura mais recente e sintetiza as recomendações de especialistas para sugerir cinco áreas prioritárias para pesquisa e elaboração de políticas: definição de metas de transformação da sustentabilidade; vínculos intersetoriais; conectividade terra-água-mar; conhecimento e inovação; e cadeias de valor.
As cinco áreas destacam a necessidade de equilibrar os resultados sociais, econômicos e ambientais, e como a aquicultura está conectada a outros setores econômicos e de alimentos importantes, sugerindo a necessidade de tomada de decisões conjuntas nos ministérios, agências e instituições responsáveis pela definição da agenda e alocação de recursos.