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Como o salmão lida com o sulfeto de hidrogênio em fazendas de peixes terrestres

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Uma pesquisa recente conduzida pela Nofima e uma equipe de colaboradores internacionais esclareceu como o salmão do Atlântico responde à exposição prolongada a baixos níveis de sulfeto de hidrogênio (H2S) em sistemas de aquicultura recirculante (RAS).

um salmão nada em uma água verde e brilhante
Mais detalhes dessa pesquisa serão apresentados por Carlo Lazado na conferência Smolt Production in the Future, programada para 16 e 17 de outubro de 2024

© Terje Aamodt

Essas descobertas, publicadas na revista Ecotoxicology and Environmental Safety, oferecem novos insights que podem afetar o gerenciamento da saúde dos peixes em ambientes de criação em terra.

O sulfeto de hidrogênio, um gás tóxico que pode se formar em RAS, especialmente em condições de salinidade elevada, representa um risco conhecido para a saúde do salmão. Até mesmo concentrações mínimas de H2S têm sido associadas a problemas de saúde e ao aumento das taxas de mortalidade em salmões. O estudo concentrou-se nos efeitos da exposição contínua e de baixo nível de H2S no salmão, uma situação que pode ocorrer normalmente durante as operações padrão em RAS.

A pesquisa explorou principalmente como as superfícies mucosas do salmão, incluindo a pele, as guelras e o órgão olfativo (nariz), respondem a essa exposição. Essas superfícies são a primeira linha de defesa contra os perigos ambientais.

As principais descobertas indicam que, quando o salmão é exposto ao sulfeto de hidrogênio, suas brânquias e órgãos olfativos ativam genes específicos relacionados às respostas ao estresse e à função do sistema imunológico. O estudo também destaca a capacidade natural da mucosa do salmão de desintoxicar o sulfeto de hidrogênio. Além disso, os pesquisadores identificaram vários marcadores de proteínas no muco da pele e das brânquias, que poderiam ser utilizados em testes não invasivos para avaliar a exposição ao H2S.

O líder do projeto, Carlo Lazado, da Nofima, comentou: "Nossas descobertas sugerem que o salmão pode se adaptar aos baixos níveis de H2S testados, sem apresentar efeitos adversos graves à saúde. Essa é uma notícia animadora para o setor de aquicultura, mas também enfatiza a necessidade de monitoramento e controle vigilantes dos níveis de H2S em instalações RAS."

As implicações dessas descobertas são significativas para melhorar o gerenciamento do salmão do Atlântico em sistemas de criação em terra. Os pesquisadores sugerem que essas percepções podem levar a melhores avaliações de risco e ao estabelecimento de valores-limite de H2S mais precisos em ambientes RAS. Isso poderia, por sua vez, ajudar a desenvolver novos padrões destinados a reforçar a resistência do salmão à exposição ao H2S.

Este estudo marca um passo à frente na busca de uma criação de salmão em terra mais sustentável e eficiente, priorizando o bem-estar dos peixes e a qualidade da produção. As descobertas são particularmente pertinentes para fazendas terrestres, onde os níveis de H2S são normalmente mais altos do que em operações em mar aberto. Ao monitorar e gerenciar de perto as concentrações de H2S e aprimorar os mecanismos naturais de defesa dos peixes, os produtores podem promover populações de salmão mais saudáveis e produtivas.

Mais detalhes dessa pesquisa serão apresentados por Carlo Lazado na conferência Smolt Production in the Future, programada para 16 e 17 de outubro de 2024.

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