No mês passado, Bangkok sediou o 11º Simpósio Internacional de Pesca. Nesse evento global, os participantes se envolveram em discussões sobre o aprimoramento do futuro da criação de peixes e camarões, abordando diversos tópicos, como avanços científicos, saúde dos peixes e garantia de tratamento equitativo para todos no setor de frutos do mar.
Um destaque notável do simpósio foi um segmento dedicado a abordar o aspecto do bem-estar animal na aquicultura. Apesar de ser um conceito relativamente novo na Ásia, o grande interesse expresso por muitos participantes refletiu uma vontade coletiva de se aprofundar nesse importante assunto. As questões levantadas durante o painel de discussão mostraram um compromisso compartilhado de encontrar maneiras práticas de melhorar o bem-estar dos animais aquáticos dentro do contexto único da Ásia.
A sessão sobre bem-estar na conferência foi apresentada por Pau Badia da FAI, enquanto seu colega Ralph Onken também fez uma apresentação.
"Trabalhar com o bem-estar animal representa uma oportunidade de refinar nossa abordagem à aquicultura. Embora os fazendeiros já estejam fazendo o melhor possível para cuidar de seus animais, nem todos conhecem as práticas ideais. Uma análise abrangente do bem-estar dos peixes, considerando o modelo de cinco domínios (Mellor et al, 2020), pode fornecer aos produtores novos insights para garantir a felicidade e a saúde de seus animais. Além disso, a manutenção de um registro dessas informações permite que os produtores demonstrem seu compromisso com o bem-estar de seus animais, aumentando potencialmente a comercialização de seus produtos", observou Marius Nicolini, da FAI, que participou do evento.
"Envolver os produtores em discussões sobre bem-estar nem sempre é simples; requer a adoção de uma nova perspectiva, semelhante ao uso de um novo par de óculos para ver os animais de forma diferente. Em última análise, quando os animais estão vivendo o melhor de suas vidas, os agricultores podem obter uma produção maior e de melhor qualidade. O foco nas práticas de bem-estar e a orientação aos produtores para que vejam seu trabalho por uma nova lente só podem ser positivos para o setor de aquicultura asiático", acrescentou
"A dinâmica do mercado de criação de peixes na Ásia difere significativamente de outras regiões do mundo. Com uma grande diversidade de espécies cultivadas, métodos de cultivo variados e ambientes distintos, a colaboração entre os países asiáticos é imprescindível. É fundamental que todas as partes interessadas unam forças e desenvolvam práticas de bem-estar adaptadas às condições exclusivas da Ásia. Ao fazer isso, a Ásia pode emergir como um dos principais defensores do cuidado exemplar com peixes e camarões, defendendo práticas sustentáveis e éticas na aquicultura em escala global", concluiu.